O que esperar de 2025?

Uma análise de tendências pelos nossos especialistas para os nossos clientes.
olhar para futuro

Em 2025, para onde avançaremos? 

Num mundo marcado por paradoxos, entre a negação climática e o extremismo ecológico, é por vezes difícil entender o rumo da transformação ecológica. Neste 1º trimestre do ano pedimos às nossas equipas para partilharem com os nossos clientes algumas tendências expectáveis, alguns temas que merecem ser acompanhados e até algumas matérias emergentes. 


 

Um olhar para o futuro da Europa

Bússola para a Competitividade - o que podemos esperar?

À lupa: PFAS

Proteger a qualidade da água do presente e do futuro

Na área da água, o tema da escassez continuará presente, mas também, sobretudo decorrente da revisão da DARU, a inclusão de medidas mais rigorosas ao nível do tratamento, a introdução do princípio da responsabilidade alargada do produtor, a neutralidade energética, a economia circular e a valorização de lamas, trazendo um novo conjunto de desafios às indústrias e, consequentemente às entidades gestoras. Ou devemos antes falar de oportunidades?

Miguel Carreira | Responsável Comercial Água

 

Na área municipal, o foco das entidades públicas terá forçosamente de caminhar no sentido da modernização das suas infraestruturas. Atingir as metas de eficiência energética, assim como as metas de tratamento de água, implicará alterações às instalações, tendo em vista a sua adaptação a todo um novo paradigma, onde os níveis de tratamento de outrora já não são suficientes para o cumprimento dos objetivos legais presentes e onde os resíduos e subprodutos dos processos de tratamento passam a ser vistos como recursos valiosos. Das lamas de ETAR, passando por outros subprodutos, como as areias e os gradados, é hoje um objetivo tangível a sua valorização e a criação de valor.

 

Na indústria, a responsabilidade alargada do produtor representará uma transformação significativa. Na prática, significa que terão de responder pelos impactos ambientais da sua produção, mesmo após estes terem sido consumidos e descartados. No caso das indústrias que geram mais micropoluentes no seu ciclo produtivo, ver-se-ão obrigadas a ajustar os seus métodos produtivos, a implementar uma avaliação contínua dos produtos e a investir em monitorização e tratamento, podendo recorrer a linhas de financiamento e incentivos da UE, que estarão disponíveis para apoiar nessa transição. Esta nova realidade regulatória representa um desafio, mas também uma oportunidade para as indústrias se posicionarem como líderes em responsabilidade ambiental e a Veolia, ao integrar a gestão da água, energia e resíduos, pode neste âmbito ser um parceiro diferenciador.

Quanto ao tema da escassez de água - ou dito de outra forma, o tema da garantia da segurança no abastecimento de água - tem riscos crescentes decorrentes da imposição de limitações à captação de água, seja por situações de escassez e secas; assim como a degradação da qualidade das massas de água. Esses serão fatores determinantes para as indústrias e as entidades gestoras procurarem novas alternativas às fontes tradicionais que lhes tragam essa segurança no abastecimento.

O tratamento de águas residuais para reutilização implica, consoante o tipo de utilização, a instalação de processos de afinação, a jusante do tratamento secundário ou terciário, para redução de sólidos e/ou eliminação de microrganismos patogénicos. Dentro do grupo Veolia existem diversas tecnologias para todas as etapas, adaptadas às necessidades dos sectores municipal e industrial.

Descarbonização - da indústria aos edifícios - será, certamente, a tendência que marcará 2025. É um dos eixos imperativos da nova Bússola para a Competitividade e a volatilidade dos preços de energia é expectável que continue. Eficiência energética, digitalização e bioenergias são as áreas em que a Veolia mais pode ser útil aos seus clientes rumo à descarbonização.

Pedro Pinto | Diretor de Departamento Comercial Energia

Este contexto obriga-nos a repensar a forma como é feita a gestão da energia nas Indústrias e nos Edifícios (mas principalmente na Indústria) a dois principais níveis:

  1. como utilizar a energia de forma mais eficiente e como colocar o digital ao serviço não só dessa eficiência mas também dos roadmaps para a descarbonização

  2. como produzir a energia (ou utilidades), de forma descarbonizada e descentralizada, e poder, a cada momento, utilizar aquela que permita ter uma maior competitividade, nunca descurando também a performance ambiental.

Ao nível da eficiência e da digitalização

a Veolia dispõe de centros de monitorização inteligente da eficiência (Hubgrade) que aliam a monitorização, em contínuo e remotamente, dos principais KPIs operacionais da instalação, definidos em conjunto com o cliente, com a competência dos analistas Veolia, que propõe planos de melhoria e eficiência operacional.

Oferece ainda dentro do Hubgrade ferramentas específicas, certificadas, para a definição de roteiros carbónicos e acompanhamento da implementação das medidas definidas (Hubrade Carbon Footprint)

Ao nível da produção de energias descentralizadas e descarbonizadas, em 2025 ganharão especial expressão:

  • Biogás: Em algumas indústrias é possível reaproveitar as lamas da ETARi para produção de biogás que pode ser consumido diretamente na instalação, diminuindo a dependência do gás e contribuindo para a descarbonização das atividades.

  • Biometano: 2025 poderá ser o ano em que Portugal terá o seu primeiro projeto de Biometano com injeção direta na rede de Gás Natural. O país tem um enorme potencial mas é necessário simplificar o licenciamento e replicar o número de projetos para que a quantidade de biometano a circular na rede de gás seja significativa ao ponto de permitir que se continuem a utilizar equipamentos de queima de gás em vez de seguir um caminho de total eletrificação.

  • Biomassa: Em indústrias em que o vapor seja uma utilidade essencial poder-se-ão substituir os equipamentos de queima tradicional a gás natural por Caldeiras de Biomassa que contribuem para uma descarbonização das atividades.

Nunca foi tão premente disponibilizar soluções que erradiquem em definitivo as opções de deposição em aterro, promovendo inversamente a sua circularidade. A digitalização dos processos para suportar os reportes corporativos de sustentabilidade é também um tema que destaco em 2025.

Silvia Abreu | Coordenadora Comercial Resíduos Industriais e Comerciais

Aproximar os nossos clientes do objetivo Aterro Zero é já há muito uma prioridade para nós e temos efetivamente clientes, com os quais numa relação de estreita proximidade e confiança, temos alcançado resultados extraordinários! Então, 2025 não traz nada de novo? Traz na minha opinião aceleração nesse objetivo, e por várias razões.

Desde logo, legislativas, na medida em que 2024 foram alterados os regimes da gestão de resíduos, de deposição de resíduos em aterro e de gestão de fluxos específicos de resíduos sujeitos ao princípio da responsabilidade alargada do produto, criando maior pressão no tema do Aterro Zero e na transparência dos destinos de deposição. Neste campo, também em 2024, a Veolia Portugal evoluiu para uma organização comercial e técnica de apoio aos clientes industriais e comerciais muito mais integrada (norte a sul) e também adquiriu novas soluções de valorização, reforçando a nossa oferta de economia circular.

Consequentemente, ainda no âmbito legislativo, as alterações regulatórias ao nível do Reporte Corporativo de Sustentabilidade, reforçam também a importância de uma gestão de resíduos consequente e bem documentada. Queremos também aqui ser um parceiro facilitador, pelo que continuamos a apostar na digitalização dos nossos processos, o que nos permite disponibilizar cada vez mais dados, mais fiáveis e em tempo real.

Já no campo da circularidade, importa também salientar que uma parte dos desafios dos nossos clientes são também desafios para nós, que temos rapidamente que incorporar. Nunca foi tão premente disponibilizar soluções inovadoras de valorização, incluindo a valorização energética de resíduos, que erradiquem em definitivo as opções de tratamento e de deposição em aterro. Soluções com impacto direto nos processos de descarbonização dos nossos clientes e na otimização das estratégias de gestão de resíduos. E mais uma vez aí estamos também posicionados, ao termos as áreas da gestão da água e da energia dentro da Veolia Portugal. As lamas são resíduos, com potencial energético. Os resíduos orgânicos idem. E também detemos know-how e infraestruturas para produzir CDR.

As metas de reciclagem da União Europeia para os Estados-Membros estabelecem para 2025 que 50% de todas as embalagens plásticas colocadas no mercado sejam recicladas. E esta percentagem vai aumentar ao longo dos próximos anos.

Paulo Freire | Micronipol becomes Veolia

Para que esta meta seja atingida não basta aumentar as taxas de recolha. Temos de conseguir efetivamente reciclar essas embalagens e esse salto implica um esforço de toda a cadeia de valor: da conceção das embalagens até ao reciclador.

Para enfrentar estes desafios, há várias estratégias que podem ser consideradas:

  • O ecodesign pode incentivar a criação de embalagens mais fáceis de reciclar;
  • Campanhas de sensibilização podem alertar o público para a importância da reciclagem e de como fazê-la corretamente (evitando contaminações);
  • As infraestruturas e sistemas de recolha e processamento de resíduos podem ser otimizados;
  • Incentivos económicos, como sistemas de depósito-retorno, podem ser impulsionados;
  • Taxas sobre embalagens não recicláveis ou pouco recicláveis podem ser introduzidas.

O investimento em inovação tecnológica na área da reciclagem; a promoção de parcerias entre indústrias, governo e recicladores; e a implementação de regulamentações que apoiem as metas de reciclagem são também estratégias muito importantes. 

Atingir estas metas exigirá um esforço coordenado de todos os setores da sociedade portuguesa, mas também representa uma oportunidade para inovação e desenvolvimento sustentável.

Ao fechar o ciclo dos nutrientes e energia contidos nos resíduos orgânicos, vamos criar um modelo de economia circular que é fundamental para atingir os  objetivos ambiciosos de redução de carbono estabelecidos a nível global e europeu. 

Petra Loureiro | Ambitrevo becomes Veolia

À medida que avançamos para um futuro mais sustentável, um dos principais desafios que enfrentamos é a valorização integral dos resíduos orgânicos. Este desafio apresenta uma oportunidade única para abordar simultaneamente três questões críticas: a redução da dependência de fertilizantes químicos, o aumento da independência energética e, consequentemente, a aceleração da descarbonização da nossa economia. A transformação de resíduos orgânicos em composto de alta qualidade pode fornecer uma alternativa ao uso intensivo de fertilizantes sintéticos, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e melhorando a saúde do solo a longo prazo.

Paralelamente, a produção de biogás a partir destes mesmos resíduos oferece uma solução promissora para a produção de energia renovável. Este processo contribui, não só, para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, mas também para a criação de uma fonte de energia local e sustentável. A utilização de biogás em substituição de combustíveis fósseis em diversos setores, desde o transporte até à indústria, representa um passo significativo na direção da neutralidade carbónica.

O desafio reside em desenvolver e implementar tecnologias e infraestruturas eficientes que permitam maximizar tanto a produção de composto como a de biogás, garantindo assim um aproveitamento completo do potencial dos resíduos orgânicos. Esta abordagem integrada contribui diretamente para a descarbonização, através da redução de emissões, e para a criação de um ciclo virtuoso de sustentabilidade.