Por dia, em média, cada habitante produz 1,4 kg de resíduos, o que se traduz em cerca de 5,04 milhões de toneladas de resíduos produzidos em Portugal durante um ano. É muito resíduo e com impactos negativos na saúde humana e no ambiente, mas podemos mudar o rumo, reduzindo, reutilizando e reciclando!
Muitas perguntas? Deixamos algumas respostas.
A gestão dos resíduos tem por base uma hierarquia. Qual é?
A gestão de resíduos tem por base uma hierarquia que promove em primeiro lugar a prevenção, seguida da (preparação para) reutilização, reciclagem, outros tipos de valorização e, por último, a eliminação.
No novo Regime Geral de Gestão de Resíduos é dado um grande ênfase às operações mais nobres da hierarquia de resíduos, privilegiando-se a prevenção e redução de resíduos, nível superior da pirâmide, e promovendo a reutilização dos produtos, por exemplo através do recurso a materiais reutilizáveis ou à doação de produtos, prolongando a sua vida útil e contribuindo assim para a redução de resíduos.
Imagem abaixo retirada do PERNU 20230
Qual a diferença entre resíduos urbanos e resíduos não urbanos?
A gestão de resíduos é regulamentada ao nível dos resíduos urbanos e dos resíduos não urbanos.
Os resíduos urbanos, tal como o nome sugere, estão associados à produção de resíduos pelas populações, nas suas habitações*, e incluem os resíduos indiferenciados e os resíduos de recolha seletiva (possíveis de serem reciclados), incluindo papel e cartão, vidro, metais, plásticos, biorresíduos, madeira, têxteis, embalagens, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, resíduos de pilhas e acumuladores, bem como resíduos volumosos, incluindo colchões e mobiliário.
Os resíduos não urbanos são definidos, por exclusão, como os resíduos que não se encontram abrangidos pela definição de resíduo urbano, estando mais associados às atividades económicas, destacando-se os seguintes:
- resíduos agrícolas - os resíduos provenientes de exploração agrícola e/ou pecuária ou similar;
- resíduos de construção e demolição - os resíduos provenientes de atividades de construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição e da derrocada de edificações;
- resíduos industriais - os resíduos resultantes de atividades industriais, bem como o que resulte das atividades de produção e distribuição de eletricidade, gás e água;
- resíduos hospitalares - os resíduos resultantes de atividades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos ou a animais, nas áreas da prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou investigação e ensino, bem como de outras atividades envolvendo procedimentos invasivos, tais como acupuntura, piercings e tatuagens, e o resíduo resultante da tanatopraxia;
- resíduos de lamas do tratamento de água e águas residuais;
- outros resíduos.
*são resíduos urbanos alguns provenientes de outras origens, caso sejam semelhantes aos resíduos das habitações na sua natureza e composição. Saber mas aqui
Dados sobre a produção de resíduos urbanos
Imagem abaixo retirada do PERNU 2030
E o que são fluxos especiais de resíduos?
Pela quantidade produzida ou pelas suas propriedades, existem resíduos que têm uma gestão diferenciada dos restantes.
Em Portugal são fluxos de resíduos específicos regulados:
- Embalagens e resíduos de embalagens;
- Óleos e óleos usados;
- Pneus e pneus usados;
- Equipamentos elétricos e eletrónicos e resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos;
- Pilhas e acumuladores e resíduos de pilhas e acumuladores;
- Veículos e veículos em fim de vida.
Nos fluxos específicos de resíduos a responsabilidade pela sua gestão é alargada aos vários intervenientes no seu ciclo de vida, nomeadamente ao produtor do produto que origina o resíduo.
Que tipos de resíduos gere a Veolia?
A Veolia em Portugal gere resíduos urbanos e não urbanos, bem como alguns fluxos específicos de resíduos. Está presente em todo o ciclo de vida dos resíduos, da recolha ao tratamento final, fazendo da valorização uma prioridade. Para saber mais visite a nossa página sobre a gestão dos resíduos:
Quantos R se aplicam à gestão sustentável dos resíduos? 3, 5, 7, 11?
Não há uma resposta certa a esta pergunta porque em termos normativos o que vigora é a Hierarquia dos Resíduos. No entanto, em termos de comunicação e educação ambiental tem sido muito útil esta analogia aos R, que abrangem as mais diversas ações em prol da gestão sustentável dos resíduos.
Na Veolia somos minimalistas no uso dos R, por acreditarmos que estes 3 são os principais e agregam todos os outros: Reduzir (associado à prevenção de resíduos), Reutilizar e Reciclar.
Porque é importante uma gestão sustentável dos resíduos?
A gestão de resíduos integra as atividades necessárias para controlar os resíduos desde a sua origem até ao seu destino final, incluindo a sua recolha, transporte e tratamento, seja por valorização ou eliminação.
Esta gestão tem evoluído muito nos últimos anos. Quase que é difícil de acreditar que há pouco mais de 20 anos ainda existiam no nosso país lixeiras, locais de deposição de resíduos de forma não controlada, onde os maus cheiros predominavam e a contaminação dos terrenos e aquíferos eram uma realidade. Felizmente desde 2001 que essa deixou de ser uma realidade.
Desde então, altura em que foram criados os aterros sanitários e implementadas importantes infraestruturas de tratamento e valorização, bem como sistemas de recolha seletiva de várias tipologias de resíduos, a legislação europeia e nacional e o conhecimento sobre o impacto dos resíduos nos ecossistemas tem evoluído muito.
Hoje a promoção de uma gestão sustentável dos materiais, de modo a assegurar uma utilização racional dos recursos naturais e reduzir a pressão sobre os ecossistemas, a fim de proteger, preservar e melhorar a qualidade do ambiente e da saúde humana é uma prioridade!
Neste contexto, o conceito de economia circular em detrimento da economia linear ganha cada vez mais importância. É um conceito estratégico que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia, substituindo o conceito de fim-de-vida da economia linear por novos fluxos circulares, num processo integrado e sistémico. A Economia Circular é, desta forma, vista como um elemento-chave para conciliar o progresso humano e a proteção do ambiente.