"Estamos prontos para aceitar as mudanças necessárias para responder à emergência ambiental?"
Para responder a esta pergunta, a Veolia, líder mundial em serviços ambientais, e a Elabe, empresa de estudos e consultoria francesa, lançaram o primeiro barómetro para a transformação ecológica. Este estudo de opinião pioneiro avalia o nível de aceitação de soluções ecológicas e analisa quais os obstáculos e os incentivos percecionados em relação à necessária aceleração da transformação ecológica.
Com uma amostra abrangente, cobrindo mais de metade da população do mundo e com representação nos 5 continentes, este barómetro revela resultados sem precedentes: apesar das alterações climáticas serem uma realidade não contestada, de acordo com os participantes no inquérito o caminho a ser tomado para a sua mitigação continua a ser difícil de imaginar. A maioria dos inquiridos, oriundos de 25 países, afirmaram estar disponíveis para ir mais longe mas não sem impor algumas condições.
Principais resultados globais
-
67% da população mundial considera que os custos das consequências das alterações climáticas e poluição serão maiores que os investimentos necessários para a transformação ecológica.
-
60% afirma estar pronta para aceitar a maioria das alterações (económicas, culturais, sociais) que a implementação massiva de soluções ecológicas irá exigir. Mas não sem impor algumas condições: sem riscos sanitários, com justa distribuição dos esforços e utilidade comprovada da solução.
-
56% acredita que as soluções que podem mitigar a poluição e as alterações climáticas não são ainda suficientemente abordadas e faladas.
Principais resultados: níveis de aceitação das soluções ecológicas
61%
Pagar um pouco mais pela energia de forma a emitir menos CO2 e ser de base local
63%
Ter uma central de valorização energética (incineração) perto de casa de forma a valorizar energeticamente os resíduos produzidos na região
68%
Ter centrais de tratamento de águas residuais perto de casa de forma a produzir energia localmente (biomassa)
63%
Pagar um pouco mais para os produtos de uso diário serem feitos de matérias primas recicladas
78%
Comprar diariamente produtos feitos de materiais reciclados
76%
Ter unidades industriais de tratamento de resíduos perto de casa para reciclar localmente os resíduos produzidos
53%
Beber água reciclada a partir de águas residuais
66%
Usar em lavagens água reciclada a partir de águas residuais
69%
Comer produtos agrícolas regados com água reciclada a partir de águas residuais
Informação integral e acesso ao questionário aqui
Estelle Brachlianoff, CEO Veolia
“Este estudo pioneiro evidencia os obstáculos e os incentivos da aceitação social e económica à implementação em larga escala de várias soluções ecológicas. Os resultados são claros: a sensibilização para os temas climáticos é generalizada e as pessoas em todo o mundo consideram que o custo da inação será maior que qualquer custo inerente à ação. Querem saber mais sobre as soluções que já existem e são a favor da sua implementação em larga escala, desde que fique provado que são eficazes e justas. Estes resultados são bastante encorajadores, dando-nos um grande sentido de responsabilidade e compromisso para com todas as partes interessadas (empresas, autoridades públicas e cidadãos), mobilizando e acelerando a ecologia das soluções. Não é, por isso, possível adiar para amanhã as decisões que devem ser tomadas hoje."
Bernard Sananès, Presidente Elabe
"O primeiro barómetro para a transformação ecológica mostra que a opinião pública mundial considera que estamos hoje a vivenciar o fim de um mundo, mas não o fim do mundo. Longe de desistir de encarar a emergência climática e ambiental, incentiva as pessoas a agir e acreditar que há mais a ganhar do que a perder na transformação ecológica. Se as soluções para reduzir o nosso impacto ecológico parecem ser ainda pouco debatidas, este estudo ajuda-nos a compreender os níveis e as condições de aceitação tendo em vista acelerar a transformação ecológica."
Sobre a Metodologia
O estudo de opinião foi conduzido em 25 países nos 5 continentes, cobrindo mais de 25.000 indivíduos (cerca de 1.000 por país). Os países foram selecionados pela sua demografia, impacto em termos de emissões de GEE e de forma a garantir diversidade política e cultural. No seu conjunto, os países abrangidos cobrem cerca de 60% da população mundial e 68% das emissões globais de GEE. O estudo foi conduzido online de 24 de agosto a 26 de setembro de 2022.