Na melhoria da eficiência operacional é mais importante a tecnologia ou as pessoas?
Tecnologias sim são muito importantes, mas as pessoas continuam a ser o cerne da nossa atividade.
Porquê? Porque a tecnologia não resolve tudo. Precisa da competência das equipas, que através da escolha das tecnologias adequadas para cada situação, permitem oferecer aos clientes soluções integradas e não avulsas.
Recorrendo às competências que temos "dentro de casa" nas várias áreas, da engenharia à gestão de projeto, da operação à manutenção, capitalizamos a experiência dessas pessoas para uma seleção das soluções e tecnologias que melhor respondem às necessidades dos nossos clientes.
Um exemplo onde essa combinação da tecnologia e das pessoas foi uma mais-valia?
Um bom exemplo é uma solução para secagem de lamas que desenvolvemos muito recentemente.
As lamas são um subproduto do tratamento das águas residuais em ETAR, que podem ser complicado pelo seu volume e características, que obrigam a formas de transporte e destino final complexas.
Neste caso, recorremos a uma tecnologia de secagem de lamas que nunca tinha sido usada no cliente, uma empresa do universo do grupo Águas de Portugal, à qual ainda juntámos outra tecnologia, segundo sabemos, completamente inovadora no nosso país, de transporte de lamas a grande distância, que introduz ar comprimido no processo de bombagem da lama.
Portanto, duas tecnologias novas, que nós não tínhamos ainda implementado em Portugal, que permitem, através da energia renovável, neste caso energia térmica solar, diminuir o volume da lama até 5 vezes, contribuindo consequentemente para reduzir o seu transporte e os respetivos custos operacionais e emissões para a atmosfera decorrentes desse transporte.
E neste projeto as pessoas foram chave, porque as tecnologias são muitas e estão aí disponíveis, mas são as pessoas que escolhem as mais adequadas e as implementam com sucesso no caso concreto do cliente.
Paulo Caldeira
Diretor de Engenharia e Execução
A tecnologia não resolve tudo. Precisa da competência das equipas, que através da escolha das tecnologias adequadas para cada situação, permitem oferecer aos clientes soluções integradas e não soluções avulsas.
Uma resposta com futuro...
O tratamento e valorização das lamas de ETAR representam um grande desafio, pelo seu próprio volume e pelo volume de água presente nelas, dificultando o seu transporte.
A Veolia Portugal foi responsável pela conceção e execução da primeira instalação de secagem solar de lamas em Portugal, um investimento de uma empresa do Grupo Águas de Portugal, dimensionada para processar 4.000 Ton/ano de lama desidratada, com foco na redução da massa deste subproduto em 2 a 5 vezes através da evaporação de água e diminuição da densidade.
O processo baseia-se na utilização da energia térmica solar numa estufa, favorecendo a evaporação da água contida na lama através do aumento da superfície de permuta com a atmosfera, por revolvimento mecânico da lama e renovação do ar ambiente carregado de humidade por ar mais seco através de ventilação forçada orientada para o leito de lamas.
A redução do volume das lamas ocorre assim através do uso de uma fonte de energia essencialmente renovável conjugando o potenciar de opções de valorização com um claro impacto positivo na descarbonização do cliente.