O que são micropoluentes?
Micropoluentes são substâncias, naturais ou fabricadas pelo homem, que existem nas massas de água. Invisíveis a olho nú são detetáveis em concentrações muito pequenas (microgramas ou mesmo nanogramas por litro) e apesar das suas baixas concentrações podem ter impactos adversos quer na saúde dos ecossistemas, quer na saúde humana. Dentro do conhecimento que existe sobre vários compostos poluentes, os micropoluentes são a descoberta mais recente. O conhecimento científico em torno deste tema tem evoluído muito, também à medida que se descobrem formas mais avançadas de medir esse tipo de baixas concentrações.
Onde podemos encontrar micropoluentes?
Detergentes, pesticidas, medicamentos, cosméticos, hidrocarbonetos, são alguns exemplos de produtos que usamos nas atividades humanas e que quando se convertem em emissões nas águas residuais urbanas ou industriais libertam micropoluentes. Quando essas águas residuais são devolvidas ao meio recetor, apesar de tratadas não conseguem eliminar algumas destas substâncias, que ficam assim nas massas de água e acabam por ser ingeridas por várias espécies, algumas delas parte da cadeia alimentar dos seres humanos. E como a água que circula no Planeta Terra é sempre a mesma, ainda que mudando a sua forma e distribuição, hoje encontramos a presença desses micropoluentes um pouco por todo o mundo e numa grande diversidade de organismos.
Que consequências?
Não se trata apenas de quantificar a sua presença. O conhecimento científico tem evoluído muito na compreensão dos efeitos adversos do seu consumo pelos vários seres vivos. Existem várias categorias de micropoluentes. Os de maior conhecimento geral são principalmente os microplásticos, hoje um macroproblema, pela sua grande dispersão geográfica e presença em grande diversidade de organismos. Também se fala já bastante das hormonas sintéticas presentes em vários produtos, com impactos carcinogénicos, reprodutivos, entre outros.
Existe uma resposta Veolia para os micropoluentes?
Existem várias. Não só na vertente do tratamento, impedindo que os poluentes cheguem às massas de água, através da incorporação de etapas de tratamento especificamente desenhadas para a remoção micropoluentes. Mas também na vertente da monitorização, com ferramentas que permitem monitorizar eventos de poluição e sinalizá-los para uma remediação rápida ou até o seu acompanhamento ao longo do tempo para perceber a acumulação e tendência de comportamento nos leitos de água.
Carla Almeida
Responsável de Contratos na área do Tratamento de Água
Muito ainda está por descobrir. Por exemplo, alguns micropoluentes estão já hoje bastante bem estudados. No entanto, a interação desses micropoluentes com outros (uma vez que convivem nas massas de água e organismos) é hoje ainda pouco estudada. Mas o conhecimento científico está em permanente evolução!
Uma resposta com futuro...
O Lago Léman, na Suíça, que fornece 70 milhões de metros cúbicos de água para residentes e turistas, enfrenta um desafio de micropoluentes. Para combater este problema, um consórcio no qual a Veolia é parte ativa, implementou um sistema de tratamento multi-barreiras. O sistema inclui oxidação avançada, tratamento com carbono ativado, ultrafiltração e nanofiltração para tratar eficazmente os micropoluentes. Esta instalação será a primeira deste tipo na Europa e superará os requisitos regulatórios.