Considerando este crescimento demográfico e a explosão da classe média, estima-se que até 2050 seja necessário aumentar a produção global de alimentos em 50%.
Como podemos produzir todos estes alimentos de forma sustentável, quando os recursos de solo, água e energia estão a tornar-se mais escassos?
→ Reduzir a pressão sobre os terrenos agrícolas
A urbanização galopante e as alterações climáticas estão a aumentar a pressão sobre as terras aráveis. E a sua qualidade está a deteriorar-se inexoravelmente. A proteção do solo é portanto imperativo se quisermos satisfazer a procura de alimentos e evitar catástrofes humanitárias.
Risco de uma diminuição de 30% na produtividade das terras aráveis até 2050
→ Utilizar água e energia de forma mais sustentável e eficiente
A agricultura consome atualmente 70% de toda a água captada a nível global. A cadeia de produção e abastecimento de alimentos utiliza 30% de toda a energia consumida no planeta. Estes valores impactam o ambiente e geram conflitos de utilização. Uma vez que o mundo irá enfrentar um défice global de 40% de água até 2030, e que se espera que a procura global de energia aumente 30% até 2040, há uma necessidade urgente de desenvolver uma utilização mais eficiente da água e da energia ao longo de toda a cadeia agro-alimentar.
A agricultura consome atualmente 70% de toda a água captada a nível global
→ Diversificar as fontes de proteína
Com o aumento global da classe média, a procura por proteína animal irá duplicar até 2050. O desenvolvimento da pecuária necessário para responder a este aumento terá um impacto negativo sobre o ambiente, gerando emissões de gases com efeito estufa e exigindo mais água e terra.
→ Melhorar a rastreabilidade dos alimentos
Como resultado de sucessivas crises alimentares, os consumidores estão a exigir uma cada vez maior rastreabilidade. Nos próximos anos, será essencial poder oferecer-lhes garantias sobre a origem e qualidade dos seus alimentos.
As soluções e experiências da Veolia
para o mundo de amanhã
Através das suas atividades consolidadas de gestão de água, resíduos e energia, a Veolia tem vindo a desenvolver diversas iniciativas que permitem utilizar os recursos de forma mais eficiente e melhorar a produtividade da terra sem recorrer a fertilizantes químicos.
- O Grupo produz fertilizantes - uma alternativa aos fertilizantes "totalmente químicos" - a partir de resíduos orgânicos (perto de Arras, França, por exemplo) e lamas de depuração (em Milwaukee, nos Estados Unidos da América, em particular). Na Alemanha, a Veolia desenvolveu a tecnologia Struvia™, que recolhe, valoriza e reutiliza o fósforo presente nas águas residuais municipais e em alguns efluentes industriais.
- Para proteger os recursos hídricos, a Veolia está a desenvolver em todo o mundo soluções de irrigação baseadas na reciclagem de águas residuais. Em França, o Grupo tem uma parceria inovadora com a FNSEA (Fédération Nationale des Syndicats d'Exploitants Agricoles), baseada na "reutilização inteligente". Esta abordagem torna possível a reutilização de águas residuais para a agricultura e a conservação dos nutrientes que estas contêm, tais como azoto, fósforo ou potássio, limitando assim a utilização de fertilizantes químicos.
- Em paralelo com estas soluções nas suas atividades tradicionais, o Grupo está a estudar novas áreas. Uma delas diz respeito à produção de proteína animal a partir de larvas de insetos. Em França e na Malásia, a Veolia juntou-se a dois criadores de insetos - Mutatec e Entofood, respetivamente - que produzem óleos, refeições ricas em proteína e fertilizantes a partir de larvas de mosca (Hermetia illucens) alimentadas com resíduos orgânicos - um processo conhecido por bioconversão de resíduos. A generalização deste tipo de processo reduziria consideravelmente o espaço necessário para a criação de gado e para as culturas utilizadas para alimentar os animais.